Cada vez mais populares, as fake news continuam disseminando, deliberadamente, informações prejudiciais à imagem de pessoas comuns, celebridades, políticos eleitos, candidatos, empresas e até marcas de produtos. No entanto, muitas vezes, elas são usadas também para beneficiar a imagem de alguém, o que não deixa de ser algo ilícito, já que se trata de uma mentira, não é mesmo?

A propósito, o termo estrangeiro “fake news” é utilizado no Brasil e mundo afora para definir tudo o que diz respeito a uma notícia falsa, seja lá qual for o conteúdo. A informação é compartilhada como se fosse real em contextos virtuais, principalmente, em redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter) e aplicativos de mensagens, como o Whatsapp e o Telegram.

Em termos jurídicos, as fake news se enquadram nas Leis do Código Penal para delitos contra o assédio moral, tais como calúnia, difamação e injúria, com possibilidade de indenização. No entanto, entre os anos de 2017 e 2018, o Poder Legislativo criou um projeto de Lei para combater, especialmente, as fake news, que prevê a imputação de crime. A maior motivação para isso foi, principalmente, a enxurrada de fake news com viés político em épocas de eleição. É preciso ter cuidado!

Quem comete o crime?

Engana-se quem pensa que, no caso das fake news, o criminoso é apenas o criador da notícia. Saiba que quem compartilha tal informação também comete crime, pois assume o risco de gerar prejuízo financeiro ou moral a alguém ou promover a imagem de outros a partir de mentiras. Muitas vezes, a pessoa nem lê o texto – apenas vê a manchete e passa a notícia adiante, abrindo um leque quase que irreparável de problemas. Normalmente, chamamos essa atitude de compartilhamento irresponsável.

As fake news são multiplicadas em virtude de duas tendências que impulsionam tal atitude: o viés de confirmação e o viés de recebimento de pessoas conhecidas. Vou explicar! O viés de confirmação acontece quando a fake news confirma uma opinião pré-formada pelo leitor, cuja satisfação de “estar certo” o leva a compartilhar a mensagem sem verificar sua veracidade e procedência. Já o viés com relação ao recebimento da notícia por meio de pessoas conhecidas (familiares, amigos, colegas de trabalho etc), chamado de filtros naturais, acabam por reduzir a desconfiança do leitor, que envia a notícia sem a devida verificação.

Não sabia que a notícia era falsa? Cuidado!

Qualquer pessoa adulta com acesso à internet tem responsabilidade por tudo o que divulga, cria e compartilha. Isso é chamado de discernimento médio, ou seja, o indivíduo tem a obrigação de verificar a fonte da notícia para ter certeza de que ela é verdadeira antes de compartilhá-la. Caso não consiga essa confirmação, o ideal é deletar a mensagem ou ignorar o conteúdo, de modo que ninguém mais tenha acesso ao que pode não ser real.

Como saber se é ou não fake news?

Alguns cuidados podem ajudar (e muito)!

1. O primeiro é simples: ao clicar no link da notícia, se for idônea, carregará rapidamente e abrirá sem maiores problemas.

2. Outra coisa, fique atento ao nome do site. Muitos divulgadores de fake news são parecidos com páginas de renome.

3. A terceira dica é: foque no texto. Notícias reais e confiáveis são bem escritas, cujas palavras não são abreviadas, não apresentam erros de ortografia e os adjetivos não são utilizados.

4. Outro cuidado essencial: ao receber qualquer notícia, procure saber mais sobre ela em sites confiáveis. Se for verdade, com certeza a informação estará lá também, já que ninguém noticia algo relevante sozinho. A imprensa, no geral, se interessa por informações importantes.

Fique atento: a responsabilidade é sua também. Se suspeitar de uma notícia, não divulgue. Procure saber melhor sobre ela. Caso constate que é fake news, faça a sua parte: denuncie!

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